terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

O Milagre do Natal

O Natal é uma época do ano esperada por todos! As pessoas que amamos estão à nossa volta, a magia corre ao sabor do vento e a alegria derrete os flocos de neve que, por vezes, invade o nosso coração. É a também a altura da azáfama: comprar os presentes, aconchegar a casa com brilhos e música, começar a enfeitar a árvore de Natal… sininhos, estrelinhas, bonequinhos… e, o mais importante, a grande e deslumbrante estrela que se coloca no ponto mais alto da árvore de natal. Os nossos sonhos? Os nossos desejos? Ali tão perto e tantas vezes inalcançáveis…
Nem toda a gente tem esta abastada sorte, como é o exemplo do António. Menino de estatura média, de cabelo loiro e de lindos e preciosos olhos castanhos perdidos naquele miserável, triste e degradado hospital. Aguarda há meses intermináveis por um milagre: rins compatíveis com os seus! A cada dia que passa, os do António desfalecem, apesar da grande vontade de vencer esta dura batalha. Coragem não lhe falta, mas, com tantas deceções, não há ânimo que aguente e as forças começam a desaparecer…
Os pais do António, Catarina e Carlos, já fizeram de tudo pelo seu único filho. Puseram cartazes nos cafés, divulgaram na internet…, e agora tinham que esperar, contudo a angústia era tanta que eles começaram a recear o pior. A vontade alia-se à desilusão…
Tratava-se de um caso hereditário. Este problema acompanhava as gerações desta família: todos os seus familiares tinham apenas um rim. Quando o António nasceu, os pais descobriram que este tinha dois, por isso ficaram espantadíssimos, pois nunca pensaram que o seu filho quebrasse tal maldição. Portanto, como devem imaginar, foi uma excelente novidade. Todavia, há um ano atrás, numa consulta de rotina, os resultados das análises não deixaram dúvidas: os rins do António não funcionavam convenientemente! Não imaginam a infelicidade que invadiu esta família e de todos aqueles que lhe eram próximos. Coitado do pobre rapaz!
Era véspera de Natal e António continuava naquele hospital, à espera …
- Quando saio daqui? Quando poderei brincar com os meus amigos? Que saudades tenho de jogar à bola! – lamentava-se o pobre menino….
- Não sei, meu filho, mas há que ter esperança... – acalmava-o a mãe, com dor.
António, pisando aquele chão frio, com as poucas forças que ainda lhe restavam, colocou um anjo na árvore de Natal e pediu ao pai e à mãe para rezarem com ele. Pediram…suplicaram…imploraram…as melhoras!
Como o António gostava de escrever, decidiu redigir uma carta ao pai Natal. Sentou-se na cadeira azul, junto à cama, pegou numa folha de papel, numa caneta e escreveu:
Querido Pai Natal, escrevo-te desesperadamente esta carta a pedir-te que arranjes alguém que me dê um rim. Estou mesmo a precisar, posso vir a morrer daqui a alguns dias se não tiver esta preciosa ajuda. Por favor, ajuda-me!
Quando o António acabou de escrever, pendurou a carta num ramo da árvore de Natal, bem ao lado do anjo.
À hora do jantar, toda a gente daquele hospital comia o famoso bacalhau com batatas … Mais tarde, o bolo rei como sobremesa.
Acabada a refeição, todos os pacientes tiveram direito a prendas. O António recebeu um carrinho telecomandado e um diário para registar tudo o que se tinha passado nos diferentes dias.
Já passava das 22 horas e o sono dominou o corpo do António e dos seus pais…
Era dia de Natal e o António ainda não tinha acordado. Já era meio dia e o nervosismo era intenso naquele pequeno quarto. Médicos e enfermeiros tentavam de tudo para o reanimar. Os pais choravam desesperados…O que estava a acontecer com aquela humilde e generosa criança?
Entretanto, uma voz quebra o gelo da sala: “ Temos um rim compatível!”.
Vários sentimentos invadiram o quarto…várias questões se colocaram: Será que ainda vamos a tempo? Será que ainda é possível?
As horas pareciam intermináveis…a espera desesperante…mas tudo correu bem. A operação foi um sucesso! - Dissera finalmente o médico.
O António sentia que tinha sido o Pai Natal que tinha recebido a sua carta e lhe tinha retribuído o pedido. Foi um milagre!
Para o António e para a sua família, este foi o dia mais importante e certamente inesquecível das suas vidas!
Acreditar é o primeiro passo para o milagre!


Maria Leonor Teixeira Quesada, 8º A

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